Tuesday, April 25, 2006

25 DE ABRIL

Comemora-se hoje os 32 anos da "revolução dos cravos", uma revolução que foi feita sem ser necessário disparar um único tiro!
Na manhã do dia 25 de Abril de 1974, o país acordou com os militares portugueses nas ruas, prestes a derrubar o regime totalitário de Oliveira Salazar (que entretanto, devido a um hematoma cerebral, fora substituido no poder por Marcelo Caetano).
Este regime, que teve o seu início com a revolução militar em 1926, foi consolidado em 1932, com a subida de Oliveira Salazar a chefe do governo executivo, depois de já ter sido ministro das finanças.
A Constituição de 1933, era uma constituição totalitária, que conferia algumas liberdades, mas sempre em prol da ambiguidade do conceito de "Bem Comum", que era aferido por Salazar.
O partido "União Nacional" visava defender os interesses nacionais, e era chamado de partido do governo.
Oliveira Salazar era um patriota, que defendia Portugal acima de tudo, como tal, isolou-se do mundo através de uma política ultra-proteccionista, e onde durante todo o período como chefe do governo, apenas fez uma viajem ao estranjeiro.
Defendeu os grandes agentes económicos nacionais, os grandes proprietários, que "usavam e abusavam" do povo português, dos trabalhadores portugueses.
Assistiu-se a um aumento tremendo do fluxo de emigração, de molde a fugir à repressão do regime, da P.I.D.E., da fome, da miséria...
Salazar transplantou o seu regime para as colónias africanas, e quando já, practicamente, toda a esfera política internacional defendia a legitimidade dos países africanos serem independentes, este chefe autoritário iniciou uma guerra, a chamada "guerra colonial", levando à morte de milhares de pessoas, levando ,assim, ao início da queda do regime.
Assim, o dia 25 de Abril de 1974, representa um marco histórico importantíssimo para Portugal. Foi nesse dia que se derrubou um regime totalitário, e nasceu o Estado Social de Direito Democrático. "Nasceu a Liberdade".
A democracia foi implantada em Portugal, onde qualquer pessoa pode eleger livremente os seus representantes e ser eleito, e onde todas as ideologias se podem expressar livremente, o que levou à criação de vários partidos políticos.
Esta liberdade, apesar de diferentes ideologias, todas têm em comum a união do estado, a união do povo, o bem-estar de todos. Como tal, isso não deve ser demonstrado apenas um dia por ano, mas sempre e todos os dias, e por todos os partidos políticos e por todos os cidadãos.
É necessário um esforço colectivo, sempre, pois só assim se conseguirá alcançar os objectivos pelos quais a revolução foi feita. Objectivos esses que ao longo destes 32 anos de democracia ainda não foram alcançados na sua totalidade, e ainda estamos longe de os alcançar.
Muita coisa já foi feita, mas é necessário o esforço e empenho de todos, em conjunto, para resolvermos o problema das assimetrias economico-sociais existentes na sociedade, uma melhor redistribuição da riqueza e acabar de vez com a exclusão social, seja por factos religiosos, políticos, racistas, económicos, ou outros.
É preciso promover o Bem-Estar de todos, com base no esforço colectivo, através da democracia pluralista e participativa, na confiança da população para com os orgãos do estado, na consciencialização de todos para o perigo das enormes clivagens existentes entre os estratos sociais e, entre o nosso país e os restantes países desenvolvidos.
A liberdade alcançada com o 25 de Abril de 1974 abriu-nos o caminho, só temos de o percorrer de forma séria e determinada, não nos desviando, nunca, do objectivo final que é a união de todos e o bem-estar comum.
Viva o 25 de Abril e viva Portugal!



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