Friday, April 21, 2006

--REPETIR O IRAQUE NO IRÃO?


Os EUA ponderam todos os cenários possíveis para resolverem o conflito com o Irão, mesmo um ataque militar à margem das nações unidas e da comunidade internacional, à imagem do que foi feito com o Iraque.
Será que isto é mesmo plausível que se faça e será que a situação é a mesma?
1º- O Irão não é o Iraque em termos militares, está "anos luz" à frente, e muito pouca gente considera que os americanos conseguiriam vencer um conflito armado com o Irão( a não ser os próprios americanos).
Assim sendo, a sua única possibilidade seria repetir uma "Hiroshima" ou "Nagasaki" e aniquilar, deste modo, com quase todos os Iranianos.
2º- Aquando da invasão do Iraque, o mais forte argumento foi o da existência efectiva de armas de destruição maciça( facto que não se verificou).
3º- As armas ostentadas pelo Irão, são armas que nada têm a ver com o proclamado aquando do Iraque. São mísseis, embora muito sofisticados, veívulos de guerra muito modernos e afins.
4º- É obvio que a ONU não pode apoiar um ataque ao Irão, porque não se trata de uma ameaça real, efectiva e presente, mas sim de uma suposta ameaça futura, embora bem real, mas nada mais.
5º- O direito Internacional é um pseudo-direito, como aliás muitos autores defendem, pois para existir direito, tem de haver a possibilidade de efectivamente o fazer cumprir, ou seja, da efectiva utilização da coerção. No entanto isso é impossível, pois supunhamos (uma situação utópica) que os 5 membros permanentes do conselho de segurança da ONU, fora da alçada desta, se juntam e cometem atrocidades ao mundo. Como tal, qual é a força militar que seria capaz de lhes impôr as sanções consagradas no Direito Internacional? Assim, a guerra continua a fazer-se como há 2000 anos atrás, ou seja, quando algúem quiser. Só que agora isso é camuflado por algum bom senso.
Como tal, não é o Direito Internacional que vai impedir os EUA, ou qualquer outra nação, de atacar quem quer que seja. Depende tudo de quem for mais forte.
6º- O programa de energia nuclear que o Irão está a desenvolver na actualidade é um programa para fins civis, e não militares, programa este que está previsto e é legítimo.
7º- Não se pode condenar nínguem por possíveis ilegalidades ou atrocidades futuras, pois isso seria desvirtuar a própria função da estatuição do direito, além da sua segurança e justiça.
8º- Falando apenas em termos metafísicos, qual é a base de legitimidade para uns países possuirem armas de destruição maciça e outros não? Só porque o Irão é um país muçulmano e não gosta de Israel? Essa não me convence.
9º- Falando agora em termos prácticos, é óbvio que seria muito perigoso para o Ocidente e não só, que o Irão possuisse uma bomba atómica, mas isso não se verifica neste preciso momento, por isso, é absolutamente inconcebível uma investida armada contra esse país por um motivo que ainda não o é, se bem que é concebível, e até desejável, algum corte no apoio financeiro, mas nunca na totalidade, pois isso só iria fazer desabar as condições, de si já modestas, da população civil. Apenas deve ser "cortado" o suficiente para mostrar às altas autoridades Iranianas que o ocidente não pretende que o programa nuclear civil evolua até um nível militar. Por isso, é de apostar, e sempre, na via diplomática para tentar resolver este conflito existente, e que já está a causar muitos estragos, nomeadamente a nível económico, devido ao aumento brutal do preço do "crude"(embora isso não se deva exclusivamente a esta situação).

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